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Colangiocarcinoma: O Que é, Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

Atualizado em: 16/04/2025
Ilustração médica do sistema biliar com fígado e vias biliares destacadas em amarelo, evidenciando a vesícula e os ductos biliares.

O colangiocarcinoma é um tipo raro de câncer que afeta os ductos biliares, estruturas que transportam a bile do fígado para a vesícula biliar e o intestino delgado, auxiliando na digestão. Apesar de ser pouco conhecido, seu diagnóstico precoce é fundamental para melhorar as chances de tratamento bem-sucedido.

Neste artigo, abordaremos de forma clara e objetiva o que é o colangiocarcinoma, suas possíveis causas, os sintomas mais comuns, como é feito o diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis.

O que é o Colangiocarcinoma?

O colangiocarcinoma é um câncer que se origina nas células dos ductos biliares. Ele pode se desenvolver em qualquer parte desses ductos, sendo classificado em:

1. Intra-hepático: Localizado dentro do fígado.
2. Peri-hilar (ou hilar): Ocupa a região onde os ductos biliares saem do fígado.
3. Distal: Localizado próximo ao intestino delgado.

Cada tipo tem características específicas, e o tratamento pode variar conforme a localização do tumor.

Quais são as Causas do Colangiocarcinoma?

Embora nem sempre seja possível identificar a causa exata, alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento do colangiocarcinoma:

Doenças inflamatórias dos ductos biliares:

  • Colangite esclerosante primária (inflamação crônica dos ductos biliares).

Infecções crônicas:

  • Infecções parasitárias como a causada por Clonorchis sinensis ou Opisthorchis viverrini (comuns em algumas regiões da Ásia).

Anormalidades congênitas:

  • Cistos de colédoco, que são dilatações anormais dos ductos biliares.

Cirrose hepática:

  • Seja de origem alcoólica, viral (hepatite B ou C) ou não alcoólica.

Exposição a substâncias tóxicas:

  • Como o composto químico thorotrast, usado no passado em exames radiológicos.

Fatores genéticos e hereditários:

  • Alguns casos podem estar relacionados a predisposições genéticas.

Estilo de vida:

  • Tabagismo e obesidade também são fatores que aumentam o risco de câncer.

Quais são os Sintomas do Colangiocarcinoma?

O colangiocarcinoma pode não apresentar sintomas nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando os sintomas aparecem, incluem:

  • Icterícia: Pele e olhos amarelados devido ao acúmulo de bilirrubina.
  • Dor abdominal: Geralmente no lado superior direito do abdômen.
  • Coceira intensa: Associada ao acúmulo de sais biliares no sangue.
  • Urina escura e fezes claras: Indício de obstrução do fluxo biliar.
  • Perda de peso inexplicada: Um sintoma comum em muitos tipos de câncer.
  • Fadiga e mal-estar geral: Relacionados ao impacto da doença no organismo.

Esses sintomas também podem estar associados a outras doenças do fígado ou do trato biliar, por isso é fundamental buscar avaliação médica.

Como é Feito o Diagnóstico do Colangiocarcinoma?

Para confirmar o diagnóstico de colangiocarcinoma, o médico pode solicitar uma combinação de exames:

Exames de Imagem:

  • Ultrassom: Primeira linha para avaliar alterações nos ductos biliares.
  • Tomografia computadorizada (TC): Ajuda a identificar tumores e metástases.
  • Ressonância magnética (RM): Fornece imagens detalhadas do fígado e dos ductos biliares.
  • Colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM): Específica para avaliar os ductos biliares e pancreáticos.

Exames Laboratoriais:

  • Marcadores tumorais: CA 19-9 e CEA podem estar elevados em casos de colangiocarcinoma, embora não sejam específicos.
  • Testes de função hepática: Avaliam o funcionamento do fígado.

Biópsia:

  • Realizada por meio de endoscopia ou cirurgia, permite a análise microscópica do tecido para confirmar a presença de células cancerígenas.

Colangiografia:

  • Técnica que utiliza contraste para visualizar os ductos biliares por meio de raio-X ou endoscopia.

Quais são os Tratamentos Disponíveis?

O tratamento do colangiocarcinoma depende de vários fatores, incluindo a localização do tumor, a extensão da doença e o estado geral de saúde do paciente. As opções incluem:

1. Cirurgia

A cirurgia é o único tratamento potencialmente curativo, mas só é possível em casos em que o tumor está restrito aos ductos biliares e ao fígado.

  • Ressecção hepática: Remoção de parte do fígado junto com os ductos biliares afetados.
  • Transplante de fígado: Indicado em casos selecionados, principalmente em colangiocarcinomas peri-hilares.

2. Terapias Locorregionais

  • Ablação por radiofrequência: Usa calor para destruir células tumorais.
  • Quimioembolização transarterial (TACE): Combina quimioterapia e bloqueio do suprimento sanguíneo ao tumor.

3. Quimioterapia

Usada quando a cirurgia não é possível ou como tratamento complementar após a cirurgia. Os medicamentos mais usados incluem gemcitabina e cisplatina.

4. Radioterapia

Pode ser empregada para aliviar sintomas ou controlar o crescimento tumoral.

5. Cuidados Paliativos

Nos casos avançados, o foco é aliviar sintomas como dor, icterícia e desconforto abdominal, garantindo qualidade de vida ao paciente.

Prevenção e Diagnóstico Precoce

Embora nem todos os casos possam ser prevenidos, algumas medidas podem reduzir o risco de colangiocarcinoma:

  • Tratar adequadamente doenças inflamatórias do fígado e dos ductos biliares.
  • Vacinar-se contra hepatite B e evitar infecções por hepatite C.
  • Manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e exercícios físicos.
  • Evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.

Além disso, realizar exames periódicos, especialmente em pacientes com fatores de risco conhecidos, pode ajudar no diagnóstico precoce.

Conclusão

O colangiocarcinoma é uma condição séria que exige atenção médica especializada. Apesar de ser uma doença rara e de difícil diagnóstico, avanços na medicina têm proporcionado opções mais eficazes de tratamento e controle da doença.

Se você apresenta algum dos sintomas descritos ou possui fatores de risco, procure nossa clínica. Estamos à disposição para oferecer um diagnóstico preciso e as melhores opções de tratamento, sempre com o foco no cuidado humanizado e na sua qualidade de vida.

Dr. Paolo Salvalaggio

Cirurgia do Aparelho Digestivo
CRM: 143.673-SP

O Dr. Paolo Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Realizou Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. É Especialista em Cirurgia Digestiva, Videocirurgia e Cirurgia Robótica. Atua há mais de 25 anos como cirurgião do aparelho digestivo. Concentra Atuação no Tratamento de Hérnias da parede abdominal, Refluxo Gastroesofageano e dos problemas do Fígado, Pâncreas e Vias Biliares.