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O que é hérnia de hiato e como é feito o tratamento?

Atualizado em: 21/05/2025
A imagem ilustra uma mulher de blusa de frio cinza e calça azul escura com as duas mãos na barriga e meio inclinada, como se estivesse sentindo dor

A hérnia de hiato pode passar despercebida ou causar desconfortos digestivos que afetam a qualidade de vida. Conhecer os tipos, sintomas e formas de tratamento é fundamental para buscar o alívio adequado. Entenda como identificar e tratar essa condição que afeta milhões de pessoas. Entenda mais sobre esse assunto!

A hérnia de hiato é uma condição em que parte do estômago se projeta para cima através do diafragma, entrando na cavidade torácica. 

É mais comum em adultos acima dos 50 anos, mas também pode ocorrer em pessoas mais jovens, especialmente com obesidade ou refluxo gastroesofágico. 

Muitas vezes é assintomática, mas pode causar desconforto, azia e dificuldade para engolir. O diagnóstico correto e o tratamento adequado são essenciais para aliviar os sintomas e prevenir complicações. 

Neste artigo, abordaremos o que é hérnia de hiato e quais são os tipos existentes, os principais sintomas e como é feito o diagnóstico, além das formas de tratamento, incluindo mudanças no estilo de vida, medicamentos e cirurgia. Leia até o final e saiba mais!

O que é hérnia de hiato e quais são os tipos existentes

A hérnia de hiato ocorre quando parte do estômago se desloca para cima, passando pelo hiato esofágico, uma abertura natural no diafragma. Essa alteração anatômica facilita o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, contribuindo para episódios de refluxo.

Existem três tipos principais de hérnia de hiato:

  • Hérnia do tipo deslizante: é a mais comum, representando cerca de 90% dos casos. O estômago e parte inferior do esôfago “deslizam” para cima do diafragma. Pode ser assintomática ou causar refluxo.
  • Hérnia paraesofágica: mais rara, ocorre quando parte do estômago sobe ao lado do esôfago, sem que o esfíncter inferior se desloque. Pode causar sintomas mais graves e risco de complicações.
  • Hérnia mista: combina características das duas anteriores.

A causa exata nem sempre é clara, mas alguns fatores aumentam o risco:

  • Envelhecimento natural e perda da elasticidade do diafragma
  • Obesidade
  • Gravidez
  • Tosse crônica
  • Esforço abdominal intenso

Embora muitos casos sejam assintomáticos, é importante compreender os diferentes tipos para avaliar riscos e determinar a necessidade de tratamento específico. O diagnóstico preciso é essencial para escolher a melhor abordagem terapêutica.

Principais sintomas e como é feito o diagnóstico

A hérnia de hiato pode não causar sintomas em muitos pacientes, sendo descoberta por acaso em exames de imagem. Quando se manifesta, seus sinais estão frequentemente associados ao refluxo gastroesofágico.

Sintomas mais comuns incluem:

  • Azia ou queimação no peito, principalmente após as refeições
  • Sensação de alimento voltando à garganta (regurgitação)
  • Dor ou desconforto abdominal
  • Dificuldade para engolir (disfagia)
  • Arroto frequente ou sensação de empachamento

Sintomas mais graves, que exigem atenção médica:

  • Dor torácica intensa
  • Vômitos com sangue ou fezes escurecidas
  • Perda de peso sem explicação
  • Anemia

O diagnóstico pode ser feito por meio de diferentes exames:

  • Endoscopia digestiva alta: visualiza o esôfago, estômago e presença da hérnia
  • Radiografia contrastada (esofagograma): mostra o deslocamento do estômago
  • Manometria esofágica: avalia a função dos músculos do esôfago

Esses exames ajudam a confirmar o tipo de hérnia e a gravidade do refluxo associado. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento de forma eficaz, reduzindo os sintomas e prevenindo danos ao esôfago. 

Em casos mais severos, a hérnia pode evoluir para complicações como esofagite, úlceras ou estenose esofágica.

Formas de tratamento: mudanças no estilo de vida, medicamentos e cirurgia

O tratamento da hérnia de hiato depende da gravidade dos sintomas e do tipo de hérnia. Casos leves ou assintomáticos podem ser controlados apenas com mudanças no estilo de vida.

Medidas comportamentais recomendadas:

  • Evitar refeições volumosas e alimentos gordurosos
  • Não se deitar logo após comer (aguardar 2 a 3 horas)
  • Elevar a cabeceira da cama para dormir
  • Manter o peso corporal saudável
  • Parar de fumar

Medicamentos também são indicados para controlar os sintomas de refluxo:

  • Inibidores de bomba de prótons (como omeprazol ou pantoprazol)
  • Antiácidos para alívio imediato
  • Procinéticos, em alguns casos, para melhorar o esvaziamento gástrico

Quando as mudanças de hábito e os medicamentos não controlam os sintomas, ou em casos de hérnias grandes com risco de estrangulamento, a cirurgia pode ser indicada. 

A técnica mais comum é a fundoplicatura de Nissen, feita por laparoscopia, que reposiciona o estômago e reforça o esfíncter esofágico inferior.

A escolha do tratamento deve ser feita com base na avaliação clínica individualizada. Com o acompanhamento com um cirurgião do aparelho digestivo, é possível controlar os sintomas e evitar complicações. 

Em muitos casos, mudanças simples no dia a dia já trazem grande alívio e melhoram significativamente a qualidade de vida.

Dr. Paolo Salvalaggio

Cirurgia do Aparelho Digestivo
CRM: 143.673-SP

O Dr. Paolo Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Realizou Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. É Especialista em Cirurgia Digestiva, Videocirurgia e Cirurgia Robótica. Atua há mais de 25 anos como cirurgião do aparelho digestivo. Concentra Atuação no Tratamento de Hérnias da parede abdominal, Refluxo Gastroesofageano e dos problemas do Fígado, Pâncreas e Vias Biliares.